(Repórter)Estamos aqui falando com moradores da rua Doutor Maximiliano Peixoto a respeito do trânsito e das obras que causam um excesso de poluição sonora. Qual é o seu nome?

(Ximena)Ximena.

(Repórter)Dona Ximena, como é que a poluição sonora vem afetando o dia a dia dos moradores aqui?

(Ximena)Ah, isso aqui tá uma desgraça! É esse engarrafamento o dia todo! Eu moro ali naquela esquina, a gente não tem um minuto de paz! Como se não bastasse o barulho dos ônibus e dos caminhões, tem as buzinas! E agora estão fazendo obras ali em frente, ninguém ouve mais nada! Isso acaba com os nervos da gente, é irritante demais! A gente tem que falar gritando!

(Repórter)Tem que o quê?

(Ximena)Falar gritando! Eu tenho até enxaqueca por causa desse barulho! É assim dia e noite! Isso é um verdadeiro atentado contra a saúde! Eu estou revoltada com isso! Essa barulheira me deixa muito irritada!

(Repórter)Irritada, né? De fato tem muito barulho aqui. Muito obrigado, D. Ximena! Bem, agora vamos ouvir....

(Repórter)Estamos aqui falando com moradores da rua Doutor Maximiliano Peixoto a respeito do trânsito e das obras que causam um excesso de poluição sonora. Qual é o seu nome?

(Ximena)Ximena.

(Repórter)Dona Ximena, como é que a poluição sonora vem afetando o dia a dia dos moradores aqui?

(Ximena)Ah, isso aqui tá uma desgraça! É esse engarrafamento o dia todo! Eu moro ali naquela esquina, a gente não tem um minuto de paz! Como se não bastasse o barulho dos ônibus e dos caminhões, tem as buzinas! E agora estão fazendo obras ali em frente, ninguém ouve mais nada! Isso acaba com os nervos da gente, é irritante demais! A gente tem que falar gritando!

(Repórter)Tem que o quê?

(Ximena)Falar gritando! Eu tenho até enxaqueca por causa desse barulho! É assim dia e noite! Isso é um verdadeiro atentado contra a saúde! Eu estou revoltada com isso! Essa barulheira me deixa muito irritada!

(Repórter)Irritada, né? De fato tem muito barulho aqui. Muito obrigado, D. Ximena! Bem, agora vamos ouvir outra pessoa. Por favor, como o senhor se chama?

(Expedito)Expedito.

(Repórter)Seu Expedito, o barulho aqui na rua causa muito transtorno?

(Expedito)Você pode repetir a pergunta?

(Repórter)O barulho aqui na rua causa muito transtorno?

(Expedito)Ah, causa, sim. Mas o que é que a gente vai fazer? Hoje de manhã, saindo de casa, eu fiquei até um pouco zonzo com o ruído e com a confusão... Mas vamos aguentando, não tem outro jeito. Ontem mesmo eu ouvi um estrondo, levei um susto enorme. Tinha a ver com aquela obra ali. São coisas assim que estão deixando os moradores cada vez mais nervosos. Eu tento manter a calma, afinal não tem muita coisa que se possa fazer. Mas até eu estou cansado de conviver com isso. No outro dia um vizinho meu mediu 120 decibéis aqui. Esse tipo de ruído o dia inteiro é ensurdecedor. Agora no inverno é até um pouco mais fácil, dá pra ficar com as janelas fechadas, então diminui um pouco o barulho e não entra tanto pó em casa. No verão é mais complicado, mas a gente vai vivendo como dá. É uma pena que não se tenha mais silêncio, a nenhuma hora do dia.

(Repórter)Muito obrigado, Seu Expedito. Vamos falar com mais uma moradora. Como é o seu nome?

(Clarissa)Eu me chamo Clarissa.

(Repórter)Clarissa ou Clarice?

(Clarissa)Clarissa.

(Repórter)Dona Clarissa, como o barulho nessa rua tem afetado o seu dia a dia?

(Clarissa)Olha, essa barulheira incomoda demais a gente. O trânsito é a causa principal, né? Os ônibus e os caminhões são muito barulhentos. E ainda por cima, a rua tá sempre engarrafada. Você pega um táxi pra tentar chegar mais rápido, mas acaba pagando um dinheirão porque o trânsito não anda. Aí todo mundo buzina, como se isso fosse solução... Ainda tem aquela obra que começou há seis meses...

(Repórter)A senhora disse três meses ou seis meses?

(Clarissa)Seis meses. É um barulho constante que desgasta qualquer um. A minha casa fica próxima à obra, aí junta com o trânsito e mal se consegue ver televisão, o volume tem que estar no máximo. Há 5 anos essa rua ainda era muito boa, mas agora está assim. Isso me deixa bem triste.

(Repórter)O que é que a senhora acha que se pode fazer pra diminuir, pra reduzir o barulho nessa rua?

(Clarissa)Eu acho que falta vontade, viu? Tendo um pouco de vontade, a prefeitura pode criar incentivos pra que as pessoas usem o metrô. Também se pode restringir o horário dos caminhões, que fazem um estardalhaço e ainda poluem tanto o ar. A prefeitura exige tanta coisa dos cidadãos mas não zela pelo bem-estar deles. Nós já fizemos vários pedidos, mas sem êxito. Parece que o prefeito não está disposto a nos ouvir. Ele insiste em ficar alheio a essa situação. É uma situação muito triste mesmo. A gente fica desanimada.

(Repórter)Obrigado, Dona Clarissa. Como vocês estão vendo, os moradores estão muito insatisfeitos com a poluição sonora...

(Repórter) A Rádio Popular entrevista agora o senhor Félix Teixeira, diretor da ONG portuguesa Água de Beber, a respeito do relatório da ONU sobre o acesso à água. Dois relatores das Nações Unidas examinaram o impacto da crise econômica e das medidas de austeridade sobre os direitos de acesso à água, ao saneamento e à habitação e expressaram preocupação, especialmente no que toca às populações mais vulneráveis. Sr. Félix Teixeira, o que pode ser feito para garantir esse direito humano a toda a população?

(Félix)Bem, a situação em Portugal é complexa, como refere o relatório. É importante que o governo adote legislação sobre os direitos humanos à água e ao saneamento, como sugerem os relatores, e que exija que as autoridades locais garantam esse direito aos cidadãos.

(Repórter) Éééé... Mas o que precisa ser feito pelos governantes?

(Félix)Bem, nós sabemos que a política é um jogo de xadrez ... e não uma ciência exata, mas esperamos que os políticos enxerguem a importância dessa legislação.

(Repórter) O relatório menciona que Portugal fez progresso nas últimas décadas. O senhor está de acordo com essa afirmação?

(Félix)Sim, é verdade, mas o chamado “milagre português” não inclui os setores menos privilegiados da população, inclusive os reformados, portanto é preciso prestar auxílio a essas pessoas. A nossa ONG trabalha não apenas com a água que entra nas casas mas também com os resíduos que escoam para o exterior e espalham-se nas ruas onde as pessoas transitam. E a isso adicione-se o lixo que já existe. Entre a população de baixos rendimentos a urgência é máxima. Há uma conexão clara entre saúde física e saúde económica, não apenas dos indivíduos mas da sociedade. O que está em xeque, portanto, é o bem-estar económico de todos.